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Só quem pode deve menosprezar a Globo

por Nilton Castelo

Nesta semana, a principal emissora do país e principal parceira no futebol dos clubes anunciou o cancelamento das transmissões do Campeonato Carioca. Tudo por conta do jogo entre Flamengo e Boavista, que foi transmitido pelo youtube, quebrando assim a cláusula de exclusividade da competição.

Recentemente, em todas as áreas, estamos vendo críticas a emissora por conta de ser manipuladora. A questão aqui não é política ou social e sim futebolística. Será que clubes, federações e patrocinadores vão conseguir viver sem a Globo no futebol? Em longo prazo sim, mas poucos estão se preparando para quando esse dia chegar.

Os clubes que podem, tem todo o direito de ´ menosprezar ´ a emissora. É uma questão bem simples: se você tem receitas que lhe permitem uma margem de negociação com a TV, isso é ótimo. Mas, na atualidade, quantas agremiações estão preparadas para viver sem o dinheiro da emissora? Jogar campeonatos estaduais somente com a cota das Federações será ruim para os grandes e principalmente para os pequenos.

Em tempo, hoje, a Globo paga para o eixo Rio – São Paulo, em torno de R$ 18 milhões para jogarem os estaduais. Para algumas equipes, representa dois meses de salários em 13 que se tem que pagar no ano.

Agora, imaginem se a maior emissora do país, resolve também cancelar a transmissão do Campeonato Brasileiro. Lógico que o faturamento que eles tem com o futebol é gigante, mas existem muitos outros produtos que podem ser adquiridos para as transmissões, por exemplo, Liga dos Campeões da Europa ou algum campeonato nacional europeu. Lembremos que foi graças aos altos investimentos da TV nos últimos anos que tivemos boas condições de organizar um campeonato um pouco melhor. Por outro lado, foi graças a essa dinheirama que alguns clubes estão quebrando. Mas, vejam bem, o problema não está na alta grana e sim em como administrar a questão financeira. É aquela lógica que todos nós conhecemos, não podemos gastar mais do que temos.

O diálogo entre as partes sempre é bem vindo. O futebol ficou refém da Televisão, mas acreditar que todos terão as receitas que hoje são pagas as equipes é pensar em um trabalho árduo dos clubes e seu departamento de marketing, que ganham mais uma ferramenta para tentar alavancar as receitas das agremiações. Todavia, tem muito time grande, que não consegue chegar a casa dos R$ 100 milhões com esses programas. Por isso, menosprezar  Globo é só para quem pode ( e são poucos) e não para quem quer.

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