Home EsporteBasquete Quem é Didi, brasileiro selecionado no Draft e próxima atração do país na NBA?

Quem é Didi, brasileiro selecionado no Draft e próxima atração do país na NBA?

por Nilton Castelo

A noite de 20 de junho de 2019 já é histórica para 60 meninos. Eles foram selecionados pelos times da NBA e estão muito perto de realizar os sonhos da vida deles. Em primeiro lugar no geral, como esperado, Zion Williamson, que jogará pelo New Orleans Pelicans. Um pouco depois, na trigésima-quinta posição, o brasileiro Didi, escolhido pelo mesmo Pelicans e próxima atração do país no melhor basquete do mundo.

Como foi escolha de segunda rodada (a quinta da segunda rodada), convém esperar um pouco para saber como serão os próximos passos de Didi, mas tudo leva a crer que ele será convocado para jogar em um elenco que tem Zion como sua principal estrela mas um potencial jovem gigantesco e muito espaço para crescimento. A franquia pode, também, optar por desenvolvê-lo ou no Brasil ou também na Europa, como acontece em alguns casos de jogadores estrangeiros. Nos próximos dias teremos novidades, mas quem de fato é Didi, a próxima atração brasileira na NBA, que esteve ontem em traje de gala para uma noite tão especial?

Prestes a completar 20 anos no dia 2 de julho, Marcos Henrique Louzada Silva ganhou seu presente antecipado na quinta-feira no Brooklyn. O ala, que jogou o último NBB por Franca e se destacou por sua personalidade, seu destemor e sua força física acima do normal para alguém de 19 anos (ele tem 1,95m e 85kg), é natural de Cachoeiro do Itapemirim (ES), terra do cantor Roberto Carlos, e começou jogando futsal ao lado do irmão, João Pedro. Aos 10 anos, após misturar as duas modalidades em horas e horas de treinamento, se decidiu pelo esporte da bola laranja. E aí não parou mais de evoluir.

“O Jamil, do Sesi, de Franca, me viu jogando alguns campeonatos de base e principalmente no Sul-Americano que existe anualmente em Novo Hamburgo acho que chamei de vez a atenção dele. Fui convocado pra seleção brasileira de base, a Sub-15, e aí o convite foi formalizado. Houve interesse em mim, e meu agente, o Arlem Lima, me ajudou bastante a fazer essa transição do Espírito Santo pra cidade em 2016. Tinha 15 para 16 anos. Claro que não é fácil sair de casa, mas todos torcem por mim e entendem que a vida de esportista é assim mesmo. Todos ficam muito orgulhosos. Nunca ninguém da família pensou que um menino que saiu de Cachoeira do Itapemirim tão cedo, que começou no basquete com 12 anos, poderia se tornar jogador profissional.”, contou ao blog em novembro do ano passado.

Campeão Sul-Americano na Argentina no Sub-21 do ano passado, Didi foi um dos principais nomes do time, chamando a atenção da NBA pela primeira vez. Seu nome entrou no radar dos olheiros das franquias e seu sonho foi ficando mais palpável;

“Todo jogador sonha em NBA, Europa. É natural, normal. Sonho em chegar na NBA, mas sei que é difícil. Gosto muito de ver o Russell Westbrook (Oklahoma City Thunder), o LeBron James (Lakers) e o Paul George (Thunder também). Me amarro no Kevin Durant também, porque ele é grande e ao mesmo tempo muito rápido. O que ele faz na quadra é assustador. Me inspiro bastante neles”, afirmou.

Seu começo foi bastante elogiado por Helinho, seu técnico nos últimos dois anos em Franca:

“Didi é disciplinado, comprometido, ótimo de treino e muito focado. Nunca nos deu trabalho e sempre cumpriu o que dizíamos para ele fazer, treinar, se dedicar. Eu tenho conversado muito com ele desde que passei a ser o treinador de Franca dois anos atrás. É um menino extremamente trabalhador, sabe onde quer chegar. Vai longe e já é um dos melhores defensores do país sem dúvida alguma”, contou ao Podcast Bala na Cesta o treinador em março deste ano.

Humilde, na dele, físico na medida certa, ótimo defensor, arremesso de boa conversão, calado mas muito confiante, Didi chega ao seu sonho antes dos 20 anos. Orgulho de sua avó, falecida há menos de um mês e responsável pelo seu apelido agora mundialmente famoso:

“Meu apelido Didi veio quando minha mãe estava decidindo meu nome ainda. Ela estava grávida e não sabia qual seria meu nome. Havia uma dúvida se seria José Augusto ou Marcos. Fui pra casa, minha avó perguntou qual seria, minha mãe não sabia responder. Aí minha avó emendou: “Então tá bom. Ele vai ser o Didizinho da vovó”. E aí ficou”.

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