Crises de desânimo sempre existiram, mas nos últimos tempos elas parecem ser maiores e mais recorrentes. Em geral, parece que o nível de exigência das pessoas se elevou excessivamente. Por quê?
Arrisco dizer que a destruição dos valores; a abolição dos limites; a vida centrada no “eu”; a rapidez das mudanças; a velocidade das informações; os leques de opções; a fragilidade das emoções; a incapacidade de se ouvir “não”… essas e tantas outras coisas têm cooperado para que o nível de expectativa das pessoas se elevem a patamares irreais, desanimando-as a tal ponto, quando elas não conseguem se realizar, que em muitos casos o que se vê é a escalada rampante do número de pessoas deprimidas, ansiosas, endividadas, dependentes de substâncias químicas etc. Não é sem explicação, portanto, que em um cenário como o nosso, o número de pessoas que cometem suicídio tem aumentado consideravelmente, preocupantemente.
Assim também acontece em quase todas as áreas de nossa vida — pessoal, profissional e também espiritual: começamos sedentos: queremos aprender, crescer, amadurecer, progredir; tomamos iniciativas importantes, nos oferecemos, nos expomos e nos entregamos; planejamos com zelo e ardor; começamos a trabalhar e a construir; nos envolvemos com as pessoas e, consequentemente, nos abrimos e nos ferimos.
Enfim, trabalhamos duramente, damos o nosso melhor, conversamos, dialogamos, argumentamos com maturidade; nos desprendemos, sacrificamos tempo e família… tudo por conta do progresso contagiante, da oportunidade que não pode ser perdida… até que algo inesperado acontece.
Vá à raiz de seu problema, onde tudo começou: muitos se perderam no pecado; outros se perderam em meio a tanta correria; há aquele que se perderam em meio a tanta pressão; outros se perderam em meio a tanta burocracia ou desejo de ter controle sobre tudo e sobre todos.