Home Esporte Coluna – O risco das previsões num campeonato tão irregular:

Coluna – O risco das previsões num campeonato tão irregular:

por Nilton Castelo

A seis rodadas do fim, quem se arrisca a apontar um favorito?

E vamos falar de novo em números? E em como a frieza deles às vezes nos engana, em um esporte em que a imprevisibilidade está sempre presente? Vamos! E eu mesmo lembro a vocês que, semana passada, diante dos números, o São Paulo já poderia festejar o título brasileiro. Afinal, desde 2011, o líder da 30ª rodada ficou com a taça. Mas as coisas mudaram.

É bem verdade, também, que eu destaquei um feito inédito, à época, do mesmo São Paulo: em 2018, campeão do turno, além de ele ser um dos quatro times, em 14 edições, que não garantiram o título brasileiro no fim, o Tricolor paulista foi o único a não ficar sequer no G4. Ou seja, desempenho inédito no returno do Brasileirão é com ele mesmo, ao que parece.

O fato é que, sete dias depois, o Brasileirão é outro. Agora o líder é o Internacional, e com quatro pontos de vantagem para o segundo colocado, ainda o São Paulo, com um jogo a mais que o Flamengo. Nesse meio de semana, teremos a realização de quatro partidas atrasadas, e na quinta-feira (28) finalmente veremos os 20 times com o mesmo número de jogos disputados. E, só então, será mais apropriado arriscar previsões sobre o futuro.

Mas, até lá, que tal pensarmos em duas outras edições do Brasileirão, bem semelhantes à atual? Em 14 edições com 20 equipes, em apenas quatro o campeão foi conhecido na última rodada – de 2008 a 2011. Curiosamente, semana passada, falamos desse último, muito similar à atual edição, em que o Corinthians se sagrou campeão. Mas, da 32ª rodada até o fim, muita coisa aconteceu.

A seis rodadas do fim, o Timão liderava com os mesmos 58 pontos que o Vasco, e atrás, na sequência, vinham Botafogo, Fluminense, Flamengo e Internacional. Aos poucos, a briga foi se restringindo aos dois primeiros, e os paulistas terminaram com dois pontos a mais que os cariocas – 71 a 69. Ou seja, foram 13 pontos em 18 possíveis. Por outro lado, o Botafogo marcou apenas um e ficou em nono lugar com 56, abrindo vaga para o Flamengo no G4.

Em 2009, foi bem diferente, mas vale a pena lembrar porque tem muita gente dizendo que o Internacional já será o campeão se chegar no fim de semana com quatro pontos de vantagem para São Paulo e Flamengo. Naquele ano, na rodada 32, o Palmeiras liderava com 57, seguido por São Paulo (55), Atlético-MG (53), Internacional (52), Cruzeiro e Flamengo (ambos com 51). Como todo mundo sabe quem foi o campeão, ressalto que a diferença do Rubro-Negro carioca para o então líder era de seis pontos!

E como terminou? De forma dramática, porque o São Paulo assumiu a liderança na rodada 36 e, depois dela, somou apenas três pontos, sendo superado por Flamengo e Internacional, que venceram seus dois jogos e terminaram à frente.

O que eu quero dizer com isso tudo? Que eu adoro números, mas que tão certo como a frieza deles estava Benjamin Wright, ao dizer que “o futebol é uma caixinha de surpresas”. E com 18 pontos ainda em jogo, muitas ainda podem acontecer.

* Sergio du Bocage é jornalista e apresentador do programa No Mundo da Bola, da TV Brasil



Créditos: Agência Brasil

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