Home Esporte O Bragantino tem grana, mas tem investido errado:

O Bragantino tem grana, mas tem investido errado:

por Nilton Castelo

Nessa janela de transferência tem se falado em um Bragantino com investimento de R$ 200 milhões. Só o Flamengo e o Palmeiras podem se aproximar desses valores. Aliás, o Verdão ainda não contratou ninguém para 2020.

Mas, a grande questão do debate é como um clube que retorna a elite do Brasil com investimentos altíssimos, pense em gastar R$ 40 milhões em Alejandro e Artur. E ainda existem outras possibilidades de negócios, como o jovem goleiro Clayton em que a proposta foi feita na casa dos R$ 15 milhões.

O que se comenta muito é do processo da parceira do clube, a marca Red Bull, que tem como metodologia a contratação de jovens jogadores. Não é bem assim. O Leipzig é um ponto fora da curva, já que vem com essa política que hoje, o faz ser líder do Campeonato Alemão e classificado as oitavas da Liga dos Campeões. Mesmo assim, com jogadores ´experientes´.

Mas, o Bragantino não é o Leipzig! Aliás, tiveram que fazer um alto investimento para adquirir a parceria, em torno dos R$ 45 milhões. E essa história de planejamento de atletas jovens vai por água abaixo na temporada passada. Dos que foram campeões da Série B, o time base, apenas Claudinho e Wesley são Sub-23. Do elenco que trabalhou com Antônio Carlos Zago, dos 34 atletas, apenas oito eram até os 23 anos.

Tudo bem, talvez, a cartilha seja para que o clube contrate os atletas até 23 anos, após estar na primeira divisão.  Mas, no Paulistão, aonde por sinal a equipe fez a melhor campanha da primeira fase, novamente, apenas Claudinho era Sub-23. Dos que mais jogaram ele era o único do famoso time base. Mas, dos 32 inscritos, oito eram Sub-23.

Esses dados mostram apenas que é balela essa história de jovens jogadores por determinação da patrocinadora da equipe. No melhor ano de sua história no Brasil, a parceria contou apenas com dois jogadores no time base Sub 23: Claudinho e Wesley.

Só em termos de comparação, o Leipzig, conta hoje em seu time base, com cinco jogadores Sub-23. O Salzburg, tem sete atletas e o New Yor Red Bulls, da MLS, contou com quatro jogadores no elenco base. Importante que esses jogadores fazem parte de um processo de rotação, que são utilizados, nem sempre todos são titulares.

Mas, as questões dos gastos errados, começam pelo profissional que vai comandar o time. O Bragantino segue sem treinador até o momento. Como trazer atletas tão caros sem o consentimento do comandante? Qual a maneira esse time vai ser armado? E o estudo da equipe já foi feito? Qual o objetivo no Paulistão e no Brasileirão?

Vamos supor que Zago seguisse e o objetivo no Brasileirão fosse ir para Copa Sul Americana ou terminar entre os dez primeiros. O elenco base formado, sem Alejandro e Artur.

Julio César, goleiro, 35 anos, experiente, conhece a Série A, inclusive foi campeão sendo um dos destaques do Corinthians.

Aderlan, lateral direito, um dos poucos que se salvavam daquele time do América Mineiro.

Então, inicia-se os dois primeiro problemas da equipe: Léo Ortiz e Ligger são muito ´novos´ para duelos importantes de uma elite de Campeonato Brasileiro. Não se discute a qualidade, principalmente de Ortiz. Mas, um zagueiro experiente seria importante e ideal para clube. Indicação seria Gabriel, que pertence ao Atlético Mineiro e está no Botafogo. Em torno de R$ 8 milhões. Outro reforço, seria o zagueiro Cleber Reis, que jogou a Série B pelo Oeste e pertence ao Santos. Viria a custo zero.

Já na lateral esquerda, Edmar tem se dado muito bem e pode perfeitamente seguir na equipe titular. Mesmo assim, tentava comprar Dodô, que está custando apenas a bagatela de R$ 2 milhões.

Já o meio campo, o experiente Uilliam Correa foi importante. Mas, aguenta todas as partidas de uma elite? O São Paulo tinha à disposição Jucilei e Hudson, só pra pagar salários. Mas, o segundo, já foi para o Fluminense. No Corinthians ainda tem Ralf ´dispensado´. Qualquer um deles, jogaria ao lado de Barreto, que ganharia experiência.

No meio campo, dois nomes que estariam à disposição, a custo zero são de Léo Valência, jogador chileno, que já defendeu a seleção e está indo ao Colo Colo e de Daniel, hoje no Bahia.

Para o ataque, daria para comprar 50% do passe de Clayson, que acabou indo ao Bahia. O valor, na casa dos R$ 8 milhões. Poderia ainda fazer proposta por Henrique Almeida e Rafael Sobis, que deixaram suas equipes a custo zero.

Mas, digamos que os atletas a custo zero tenham propostas melhores e nessa, conseguimos comprar apenas Dodô, Gabriel e Clayson. Com os outros R$ 22 milhões eu tentaria comprar Rafael Moura do Goiás (R$ 4 milhões) e Mateus Sales do Palmeiras, emprestado ao Coritba (R$ 6 milhões), Michel do Grêmio (R$ 10 milhões). São as opções necessárias para o elenco formado em cima do que foi campeão da Série B.

A equipe para a estreia do Paulistão contra o Santos: Júlio César, Aderlan, Léo Ortiz, GabrielDodô, Michel, Barreto, Ytalo, Claudinho, Clayson e Rafael Moura.

Com os R$ 40 milhões de Alejandro e do Artur, praticamente, montava o time para brigar alto nas dez primeiras colocações do futebol do Brasil. Se viessem os atletas ainda a custo zero, o time poderia sonhar até com uma vaga na Libertadores.

Mas, se o pensamento é vender… Alejandro e Artur terão que ser perfeitos. O primeiro nem sei o quanto é superior a Matheus Peixoto, por exemplo.

* Base seria formada com o dinheiro apenas de duas peças. Lógico que sabemos do poder de investimento do clube, mas a percepção do mercado em tempos tão difíceis é essencial para ter um bom sucesso.


Créditos: Blog do Gaion

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