(Foto: Michel Lambstein. Texto: Evandro Pelligrinotti / XV de Piracicaba).
Como tudo na vida, a carreira de um atleta profissional tem seu início, meio e fim, e para o goleiro Fábio Toth chegou o momento de “pendurar as luvas”. Com uma trajetória de 23 anos dedicados ao alto rendimento (sem contar as categorias de base), o agora ex-jogador, aos 42 anos, com seu espírito de liderança e seriedade com a qual encara seus desafios, se despede do futebol, pelo menos dentro das quatro linhas, entre as traves e embaixo do travessão.
“A ficha está caindo aos poucos. O sentimento é de que fiz tudo o que podia ter feito enquanto joguei. Atuações boas e ruins fazem parte, porém tenho a consciência de que sempre dei o meu melhor nos treinos e nas partidas. Sinceramente, a saudade ainda não bateu, até porque quero seguir trabalhando com o futebol, na parte técnica, o que estou estranhando é o fato de pensar em não treinar mais. Talvez essa sensação mude mais à frente”, externou Fábio Toth.
“O futebol significa minha vida. Saí de casa com 13 anos para viver esse sonho e, graças a Deus, tive uma carreira maravilhosa”, completou. Pelo Nhô Quim foram quase dois anos de uma convivência que despertou o carinho de Fábio Toth. “O XV, assim como a Portuguesa, foi uma das equipes que mais me identifiquei, entre as 20 que atuei. Trabalhei com pessoas de bem, ótimos profissionais e fui muito feliz. Foi uma honra encerrar a carreira neste clube”, disse.
Fábio Toth foi relacionado, portanto, pela última vez em um jogo oficial no revés sofrido para o São Caetano, no Anacleto Campanella, no último dia 30, quando o Nhô Quim se despediu do Paulistão A2. “Deixo aqui meu grande abraço a todos do XV, incluindo a torcida e a cidade de Piracicaba. Peço desculpas, de maneira sincera, por, infelizmente, não termos conquistado os objetivos traçados, no entanto sabemos que fizemos excelentes trabalhos”, comentou.
Fábio Toth encerra a carreira em um ano totalmente atípico, devido a tudo que foi ocasionado pela pandemia da Covid-19. “Isso é muito triste, rezo todos os dias para que essa situação seja solucionada”, falou. Seu preparador direto durante os anos de XV, Cristiano Cavalcante foi só elogios ao ex-companheiro. “Eu tenho gratidão a Deus por ter conhecido o Fábio pessoalmente. Ele chegou aqui com um planejamento diferenciado e jamais deixou de segui-lo”, lembrou.
“O Fábio sempre cumpriu todas as determinações passadas, tanto por mim quanto pelos demais membros da comissão técnica e, quando precisou atuar, ajudou o time. Ele foi diferenciado, pois jogar com uma idade avançada, e bem, é para poucos. Ele só nos trouxe coisas boas. Como ser humano, ele é formidável, sem dúvidas, com um caráter espetacular. Todos aqui, sem exceção, gostam demais dele”, prosseguiu Cavalcante, ressaltando ainda o extracampo de Fábio.
“Nós, da comissão técnica, tínhamos ele como uma referência dentro do elenco, ajudando e orientando, desde os mais novos até os mais experientes, inclusive dando alguns ‘puxões de orelhas’ quando necessário. Foi um privilégio ter convivido com ele e vejo isso como um presente de Deus para coroar minha carreira de preparador de goleiros. Só tenho a agradecer”, concluiu Cavalcante, que também defendeu a meta quinzista como jogador profissional.